A viagem ao Japão no início de 1990, uma semana antes da posse do primeiro Presidente do Brasil eleito depois do Regime Militar, pode ser considerada um marco na minha vida em função de várias razões que passaram a ocorrer no Brasil e me afetou do outro lado do planeta.
O Plano Collor causou um impacto devastador na vida de muitos dekasséguis ocasionando até casos de suicídios. O confisco da poupança gerou uma sequência de fatos inéditos, pois muitos descendentes nipônicos que tinham vendidos suas casas para trabalhar no Japão se viram da noite para o dia, sem o seu dinheiro, pois não podiam mais sacar o resultado das vendas do seu patrimônio.
Sem dinheiro para viajar e sem casa para morar, o caos se instalou em muitas famílias nipônicas. O fato destes nikkeis já terem sido demitidos dos seus trabalhos em razão da viagem para o Japão, acarretou outro leque de problemas, ficaram desempregados no Brasil. Lá do Japão, assistia o desespero de parentes, filhos e pais que foram separados de uma forma tão trágica, apenas por um decreto Presidencial no Brasil.
Enquanto a confusão se estabelecia no Brasil com a inflação que havia atingido mais de 4.000% anuais beirando já os 6 mil por cento e mais de 80% ao mês, a vida do cidadão brasileiro não era fácil e a economia nacional era fruto dos desastres anteriores ocasionados pelos Planos Cruzados I e II, Plano Bresser e Plano Verão do Governo Sarney. Sarney tinha herdado uma inflação de aproximadamente 200% ao ano do Regime Militar mas entregou o país ao seu sucessor, com uma inflação na faixa dos 4 mil por cento.
Lembro-me quando prestava serviços no Setor de Indústrias Gráficas de Brasília, na década de 80, não era mais possível fazer orçamentos pela moeda oficial, o Cruzado. Os serviços eram cobrados em “BTN” (Bônus do Tesouro Nacional) a moeda corrente do mercado, pois o Cruzado se desvalorizava diariamente e era inapropriado para utilizar nas transações e negócios. No caso, o BTN, era atualizado pelo equivalente ao IPC da época, em tempo real.
As crises econômicas eram superadas pela criatividade do mercado e consegui crescer nesta época quando finalmente registrei a minha empresa “SHIMA Artes Gráficas & Editora Ltda.”, em outubro de 1989. Em seguida fundei o Jornal PIONEIRO do Núcleo Bandeirante. A empresa estava instalada no SIG/Sul (Setor de Indústrias Gráficas), Quadra 06 e o Jornal na Av. Central do Núcleo Bandeirante. Além destas mantinha três filiais em salas comerciais, duas na Asa Norte de Brasília e uma no Setor Comercial Sul.
Foi quando tive que embarcar para o Japão para buscar o meu pai, que já não estava bem de saúde. O retorno estava previsto para o final daquele ano, mas só retornei 16 anos depois. O meu sócio em Brasília, não aguentou a situação e sucumbiu frente ao Plano Collor, vendendo a minha parte na sociedade para um amigo. Em dois meses no Japão, perdi minhas empresas.
Fazer remessas de dinheiro para o Brasil era complicado e muito arriscado. E o único sistema legal utilizado era o Banco América do Sul (Nanbei Ginkô) muito utilizado pelos nikkeis porque era um banco japonês com filial em São Paulo. O próprio Banco do Brasil em solo nipônico não tinha descoberto o volume de remessas que eram enviados anualmente ao Brasil, cerca de dois bilhões de dólares. Enquanto o Governo Brasileiro suava para conseguir um empréstimo japonês de 500 milhões de dólares, os brasileiros no Japão remetiam quatro vezes esse valor todo o ano para o Brasil.
Foi no Governo Itamar Franco que a situação do “fenômeno dekassegui” repercutiu no Brasil e uma agência do Banco do Brasil foi inaugurada na cidade de Hamamatsu na província de Shizuoka, próxima de Toyohashi, a cidade onde eu morava. Nestas duas cidades existiam mais de 20 mil brasileiros e se tornou um dos maiores aglomerados tupiniquins no Japão. Foi em Toyohashi que reeditei o Suri-Emu News (1992) e lancei o Kyuukei Magazine (em 2002).
Também nestas duas cidades (Toyohashi e Hamamatsu) nasceram as maiores empresas lojistas brasileiras que se espalharam depois por todo o Japão. Até projeto do Blog Caminhando com o Mestre surgiu durante o expediente numa fábrica em Toyohashi, no “D Line” da Kawanishi K.K. que ficava no bairro de Akemi-chô. Foi através deste Blog que narrei toda a minha peregrinação espiritual durante os 16 anos que permaneci no Japão e, em breve, este blog alcançará a marca de 1 milhão de acessos com leitores presentes em 115 países além de todo o Brasil.
Do Blog Caminhando com o Mestre, surgiram quatro livros, dos quais três contem fatos sobre a minha passagem pelo Japão no campo da experiência espiritual onde foi possível compreender o significado das “novas religiões e/ou filosofias” que se expandiam mundialmente, principalmente no Brasil, como a do mestre Mikao Usui que decodificou o Reiki, o mestre Mokiti Okada que revelou o Johrei, o mestre Taniguchi Masaharu fundador da Seicho-No-Ie, os mestres Tokumitsu Kanada e Tokuchika Miki, da Perfect Liberty e a sensei Miki Nakawama, do Tenrikyo.
Assim, o que era pra ser uma “operação resgate” do meu pai no Japão, se transformou na mais extensa peregrinação espiritual que realizei no país do Sol Nascente, originando as mais belas revelações trazidas ao mundo por estes mestres japoneses. Foi também lá, que despertei a minha consciência espiritual, iniciando a Grande Missão da minha vida ao retornar ao Brasil em 2006.
O que mais influiu nesta jornada do outro lado do planeta foi o instinto de curiosidade que é inerente ao campo da investigação, quando o “faro” de um peregrino ultrapassa as crenças religiosas e rompe com os paradigmas implantados sobre a nossa consciência física limitante. Transpor o limiar do conhecimento oculto e transcender o impossível se tornou o maior desafio durante toda a peregrinação no Japão.
Viver a transformação do Brasil durante o Regime Militar, depois assistir as mudanças políticas durante o processo de redemocratização do país, pude morar em outro país de cultura e tradição milenar. Uma potência econômica mundial com tecnologias avançadas apesar de todos os tormentos com tufões e terremotos. Pude ver como é o povo que saiu das ruínas das guerras e do holocausto atômico e se tornou uma nação do primeiro mundo. Voltar ao Brasil foi chocante ao testemunhar a queda de uma sociedade para o regime comunista, cujo mal havia ceifado a vida de milhões de pessoas somente na China que também tinha sido objeto dos meus estudos durante a minha passagem pelo Japão.
Até hoje colhemos os frutos do Plano Real implantado no Brasil em 1992 que estabilizou as bases da economia nacional, mas que agora revela como se descarrilhou durante os governos antecedentes de ideologia da esquerda mundial. O nível do escândalo diante da Lava Jato, do BNDES e da Petrobrás ultrapassa o absurdo, beira a insanidade a forma como conduziram os bens públicos do Brasil. O caso da Amazônia precisa ser trazido à tona para a sociedade brasileira, porque dessa possível CPI se revelará os interesses ocultos por trás de tantos desmandos e desordens no Estado Brasileiro.
A Amazônia é a causa primordial de todos os casos de escândalos que assolam a Nação.
O que foi um caminho natural rumo ao Japão, desvendou a guerra espiritual existente em nosso planeta e a humanidade até hoje não percebeu o desastre iminente em jogo neste momento. Os grandes mestres japoneses vieram para mostrar um novo caminho, mas a cegueira oriunda do ego e da vaidade nubla a essência contida nas revelações e desviam os discípulos da verdade inerente à alma humana. Cada um deles trouxe ao mundo uma parte do Grande Propósito Divino estabelecido para a Humanidade.
A Luz vem do Oriente!
Então, depois da conclusão da Grande Missão em abril de 2019, assumi a responsabilidade de retomar o caminho interrompido em 1990 no campo profissional. E o Jornal Pioneiro de Brasília tem este propósito e volta com um imenso manancial de experiências, aprendizados e propostas. A maioria destes projetos será desenvolvida pelas Editorias de Turismo, Negócios, Mercado Imobiliário, além do trabalho no campo da política social e comunitária. Todos esses projetos foram desenvolvidos e aprimorados enquanto vivia no Japão.
Em outra frente a SHAKTI Revista atuará na expansão e divulgação dos projetos do Instituto Portia, criando os espaços para a manifestação da Grande Fraternidade Humana (GFH) para cumprir a precipitação do Plano Divino do Pai Micah na Terra.
Como foi mencionado e revelado durante a Grande Missão, o dia da Precipitação no plano físico da Vontade Divina iria ocorrer.
E lhe digo: Está acontecendo.
Em Luz e Amor,
Paz em Cristo!
Shima.
Namastê.
19/09/19 - 23:06h
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