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Minha primeira residência no Nihon em Shiraoka. |
Em 11/03/1990 desembarquei no Nihon e o primeiro local que residi foi em Shiraoka na província de Saitama; e posteriormente em Totsuka, cidade vizinha de Fujisawa em Kanagawa Ken.
Procurei no Google pela casa onde morei e a encontrei do mesmo jeito que a deixei. Já a casa que morei em Totsuka não existe mais e no local foram construídos vários prédios.
Procurei no Google pela casa onde morei e a encontrei do mesmo jeito que a deixei. Já a casa que morei em Totsuka não existe mais e no local foram construídos vários prédios.
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Vista K.K. - Primeira empresa em que trabalhei no Japão, inclusive como funcionário efetivo. Fábrica de Escapamentos da Honda (1990). |
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Registro da nossa excursão ao Fujisan - Funcionários da empresa Vista K.K. em Junho de 1990 |
Já em Toyohashi, morei
praticamente um ano no alojamento da empreiteira que servia de hospedagem
temporária para os dekasséguis que mudavam de emprego lá no Japão buscando por
melhores condições de trabalho e de salário.
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Alojamento da Empreiteira em Toyohashi, no bairro de Kitayama, onde fiquei de Nov/1990 a Out/1991. |
Alguns ficavam em torno de um mês no alojamento até serem encaminhados para os novos empregos nas fábricas, onde eram encaminhados pela própria empreiteira que atuava em várias regiões.
A maioria deles no período de em uma semana já conseguia uma nova recolocação. Nesta época, os “nikkeys” (descendentes de japoneses) não tinham a intenção de permanecer no Japão mais do que a média de dois anos, por isso as empreiteiras (agências que faziam os contratos de trabalho) ofereciam alojamentos, utensílios domésticos e até bicicletas para a locomoção.
Naquela época, a necessidade de mão de obra estrangeira era intensa e o Governo japonês tinha preferência pelos nikkeys devido a afinidade cultural, a manutenção das tradições ancestrais e o idioma.
No
ano de 1990 houve várias mudanças na Lei de Imigração do Japão para facilitar a
entrada de mão de obra estrangeira, principalmente a brasileira, permitindo a
legalização da permanência em território japonês.
Essas
mudanças amenizaram a dificuldade de saída dos nikkeys do Brasil, visto que a Polícia
Federal (PF) procurava inibir qualquer tentativa de trabalho ilegal fora do
país.
Muitas empreiteiras no Japão prendiam os passaportes dos brasileiros até
que todas as dívidas da viagem e despesas fossem quitadas. Agiam dessa forma
para impedir os “calotes” e fugas para outras empreiteiras. Houve muitas
denúncias e por este motivo a PF no Brasil agia rigorosamente
quando detectava que um Nikkei estava sendo aliciado para trabalhar no Japão sem
estar devidamente legalizado para este objetivo.
Com
as alterações na Lei de Imigração, as primeiras gerações (isseis e nisseis)
tiveram privilégios quanto ao Visto que passou a ser de um ano. Este prazo foi
estendido aos sanseis e yonseis (3ª e 4ª gerações), logo após. E posteriormente,
o tempo do Visto foi aumentado para dois e três anos com direito a obtenção do Visto
Permanente.
Em poucos meses milhares de
Vistos foram emitidos pela Imigração Japonesa, tudo no decorrer do ano de 1990.
Muitos
empresários japoneses admitiam que se não fosse a mão de obra dos brasileiros, teriam
que ter fechado as portas de suas fábricas. Inúmeras fábricas de "fundo de
quintal" tornaram-se grandes empresas, como resultado da mão de obra dos dekasséguis
brasileiros. Era comum ouvir que um
brasileiro fazia o trabalho de sete japoneses nativos, um fato
incontestável que fez do Brasil a terceira maior comunidade estrangeira no
Japão.
No
meu livro “Memória de um ex-Dekassegui” narro em detalhes as mudanças ocorridas
no Brasil na Era Collor até o meu retorno ao Brasil em 2006; Nele abordo temas
como a “Síndrome do Dekassegui”, a “Ponte Brasil-Japão” e a situação econômica,
política e social do Japão e do Brasil com o foco direcionado para a “Imigração
Japonesa no Brasil” e o “Fenômeno Dekassegui no Japão” na década de 90.
Um
dos principais objetivos do “Kyuukei Magazine” será o de permitir o
resgate da tradição e da cultura japonesa junto à comunidade nipo-brasileira, além
de promover a divulgação dos eventos, artes, músicas, academias de artes
marciais e escolas do idioma japonês.
Para dar apoio a este projeto, estou
criando a “Academia de Estudos Orientais”
onde serão desenvolvidos cursos e treinamentos sobre a ancestralidade dos povos
do extremo oriente como Japão, China e Coréia, com um destaque especial para a
Ilha de Okinawa.
Aos
poucos vou comentar mais sobre estes assuntos aqui no site.
Um
grande abraço,
Shima.
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