Assim
como outras culturas e povos trouxeram uma contribuição ímpar para a formação
da nação brasileira, a do Japão também enriqueceu este país em pouco mais de um
século, através dos seus imigrantes que cruzaram o oceano em busca de novas
oportunidades.
Foi
somente pelo trajeto do caminho inverso, como ex-dekassegui que foi possível
entender as dificuldades daqueles pioneiros orientais no Brasil, quando
passamos pelas primeiras dificuldades no Japão vivendo num país antagônico em
tantos aspectos, se usarmos o parâmetro brasileiro como base.
A
diferença é a época em que ocorreram estas duas aventuras...
Quando
os japoneses chegaram ao Brasil no início do século passado, encontraram um território praticamente
inexplorado, com condições de sobrevivência muitas vezes precárias ocasionando
mortes por doenças e epidemias devido à falta de assistência médica adequada.
Já
na época em que fui para o Japão, na década de 90, os decasséguis encontraram
um Japão milenar de primeiro mundo com todas as facilidades e comodidades,
tendo acesso aos meios de comunicação, assistência médica e oferta de trabalho
além da moradia. A questão de idioma era superada pela existência dos “tantoushas”
(intérpretes) que as empresas colocavam à disposição dos brasileiros, o que não
ocorreu no passado com os imigrantes japoneses.
O
meu avô paterno atuava como curandeiro no interior do Brasil dentro da colônia
japonesa, tentando superar as dificuldades e condições precárias. Muitas
doenças necessitavam de pequenas intervenções cirúrgicas emergenciais, fazendo
dele uma solução para os casos de primeiros socorros. Nesses procedimentos a
anestesia inexistia.
As
histórias de cada personagem ao longo do século fornece um acervo
impressionante de como o povo nipônico contribuiu de forma produtiva no
crescimento e expansão da economia brasileira.
Na
construção de Brasília no fim da década de 50 e início dos anos 60, verificou-se
que era necessário formar o “Cinturão Verde” através de chácaras que pudessem
fornecer produtos como hortaliças para os habitantes da futura capital do
Brasil. Assim, o presidente JK enviou uma equipe de Brasília para Goiânia em busca
de colonos japoneses, já que tudo o que se consumia era importado.
Questionado
por dizerem que a terra era ruim (muito árida) e dificilmente se produziria
alguma coisa, o representante de Brasília e futuro prefeito da Capital, Israel
Pinheiro, disse que se a terra fosse boa não chamaria os japoneses. E assim, um
grupo de famílias japonesas veio e venceu o desafio transformando a
horticultura num pólo de exportação para outros Estados.
Desta
forma, se expandiu pelo Brasil a arte, culinária, música, filosofia, religião,
artes marciais e terapias de cura da cultura e tradição japonesa que hoje
integram o nosso cotidiano.
110
anos depois é impressionante ver os resultados alcançados por este povo que
contribuiu intensamente para o progresso do Brasil.
No
último encontro que tive com o amigo Joe Hirata, tomei conhecimento sobre o videoclipe que seria lançado em homenagem aos 110 anos da Imigração japonesa no Brasil...
E é com muita alegria que compartilho aqui este lindo trabalho feito com muito carinho e profissionalismo.
E é com muita alegria que compartilho aqui este lindo trabalho feito com muito carinho e profissionalismo.
Arigatoh
Japão!
Shima.
Namastê.
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